Faro canino ajuda no combate a parasitas na viticultura.


SABIA QUE um cão consegue detectar os odores mais imperceptíveis, em concentrações ínfimas, na ordem dos 1,6 por mil milhões? Esta constatação é dada por Rick Yount, treinador no centro canino ADI, em Santa Rosa, California. «A sua trufa funciona aqui como transmissor biológico. O desenvolvimento de um aparelho capaz de fazer o mesmo seria uma grande aposta.»

Kit, uma cadela Golden Retriever de 2 anos e Rick Yount são pioneiros nesta actividade que utiliza as capacidades olfactivas dos cães para detectar parasitas. A cadela passeia-se pelas fileiras da vinha, pára em frente a uma cepa, fareja e começa a ladrar para chamar a atenção do seu treinador. Este aproxima-se e coloca uma fita de cor no pé da videira que se destina a informar o gestor da exploração de que a cochonilha (Planococcus ficus) atacou a vinha.
As cochonilhas, cujo tamanho não ultrapassa os 3mm, causam prejuízos consideráveis, principalmente aos produtores de uvas de mesa. Com efeito a mercadoria afectada não pode ser exportada.

Há 4 anos, Bonnie Bergen, fundadora do ADI, debruçou-se sobre a possibilidade de aproveitar melhor as capacidades sensoriais dos cães treinados no seu instituto. Criado em 1975, o centro limitava-se até então ao treino de cães para assistirem pessoas com deficiência. Sara Lee Kunde foi a viticultora que lhe deu a ideia de utilizar os cães no combate à cochonilha.

Os cães habituam-se progressivamente ao odor característico do parasita, até ao ponto de detectarem os pés das videiras afectados, numa parcela. «A formação dos treinadores de cães é também importante», sublinha Rick Yount.

Fonte: Sulco 3,2009

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