História: O mais querido Enfant-Terrible.

Havia já algum tempo que eu não tinha animais de estimação. Habituada a ter cães desde miúda, mais tarde o esquilo Alex, a caturra Pit, o gato Ramanhau… sentia falta de um amiguinho.
O penúltimo dos cães, o Boloto, filho da Bolota, tinha desaparecido, e o último, o Dick, morreu velhote. O gato era filho da gata do vizinho. O senhor tinha falecido e toda a gente ficou com os bens mas ninguém ficou com a gatita. Já era velhinha. Foi ficando connosco e pouco tempo depois de ter o Ramanhau a gatinha não resistiu e morreu. Não me lembro de ter conversado tanto com um animal como com aquele gato, e as conversas eram a miar, os dois! Entendiamo-nos na perfeição. Infelizmente mais tarde o Ramanhau desapareceu.

Naquela altura apetecia-me ter um cachorro Golden Retriever ou um Labrador. Um Samoiedo não porque tinha muito pêlo e daria muito trabalho e um Husky nem pensar porque tinha ouvido dizer que eram cães difíceis, que fugiam e nunca mais os apanhávamos e que eram muito rebeldes…
Fui falando com amigos e coloquei anúncios para arranjar o meu amiguinho.
Entretanto meti-me também na Internet à procura. Foi aí que dei com a realidade dos animais para adopção. Não sei como, mas, na verdade, às tantas estava eu a ligar para uma senhora da Amadora para adoptar o seu Husky já adulto. Irónico, não? Para quem queria um cachorro e metia de lado esta raça…

O cão, chamado White, estava para adopção porque a dona tinha saído da casa dos pais e estava a morar num apartamento.
Ao ligar fiquei a saber que o cão já tinha sido adoptado, mas que o novo dono já não sabia se queria ficar com ele ou não, porque o White mordia os seus outros cães, apesar de ser um cão sociável com humanos.
Fui ligando para saber notícias, afeiçoando-me a um animal que eu nem conhecia. A resposta era sempre que não tinham tido tempo para ir ver a situação do White, se ele estava bem ou não, se o novo dono o queria ou não.
Passaram cerca de dois meses até que, um pouco farta daquela situação, fiz pressão ao dizer que se não me dessem uma resposta, teria que optar por encontrar outro cão. Foi quando souberam que o senhor a quem tinham dado o cão já o tinha entregue a outra pessoa que morava bem longe. Ficaram muito tristes. Pois…

Entretanto eu tinha visto um anúncio de cachorros Husky X Samoiedo, anúncio esse que tinha comentários horríveis só porque os cachorros não eram de raça pura… Enfim… Fiz muitos quilómetros para ir buscar o meu Whiteley, um desse cachorrinhos. O seu pêlo dá muito trabalho, sim, e passeá-lo não é fácil, porque tem muita, mas mesmo muita força. Já roeu… um cabo de televisão, um rodapé de madeira, uma cama, um sofá, uma mesa, alguma roupa, entre outras coisas. As idas ao vet não são baratas e a comida também não. Mas acham que me arrependo apesar de tudo? Obviamente que não e sou uma dona muito babadinha… Além do facto de todo este processo me ter levado a conhecer a realidade da ADOPÇÃO de cães e foi graças ao Whiteley que criei o blog Revista do Cão, para ajudar outros amiguinhos.


Por: Dona do Whiteley.

Podem ver o perfil do Whiteley em http://whiteley-husky.hi5.com

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